quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Numero 350


O número desta semana traz dois artigos na primeira parte. O primeiro comemora (no sentido de relembrar) o cinqüentenário da crise dos mísseis que quase levou o mundo à destruição. O segundo, mais atual, dá conta de um problema que toma vulto cada vez mais amplo desde que as novas tecnologias colocaram ao alcance de adolescentes e até de crianças possibilidades de comunicação antes restritas. No Canadá, uma garota de 15 anos cometeu suicídio depois de ter os seios expostos nas redes sociais e passar a ser perseguida pelos colegas.
Não é um problema do Canadá. Fiquei sabendo que em alguns colégios particulares de Belo Horizonte (e acredito que essa “moda” deve estar presente em outros estados) garotas usam seus celulares nos banheiros para tirar fotos dos seios e das vaginas e enviar para colegas, do mesmo e de outro sexo.
Fora esse aspecto, temos ainda os adolescentes e alguns adultos que não deixaram de ser crianças, digitando o tempo todo, não importa onde estejam, os seus recados no facebook, no twitter, esquecendo-se de que a vida real não é aquela, é aqui fora...
Talvez sejam perguntas de alguém que já está um tanto ou quanto idoso, mas o que será do mundo quando este bando de adolescentes sem limites se tornar um bando de adultos ocupando cargos importantes na economia e na política?
Sei não, estou torcendo para que o mundo acabe mesmo em 21 de dezembro. Acho que será a melhor coisa. Nem quando a Guerra Fria estava no auge, o futuro me assustava tanto quanto agora.


ARTIGOS COMPLETOS
Uma análise (e uma advertência) sobre a “Crise dos Mísseis” — que teve Cuba como pivô e quase levou EUA e União Soviética a provocarem a catástrofe nuclear
Por Antonio Martins
O episódio mais tenso da Guerra Fria e provavelmente a maior ameaça já vivida pela humanidade completará 50 anos, no próximo dia 28. Nas duas últimas semanas de outubro de 1962, Estados Unidos e a então União Soviética (URSS) estiveram muito próximos de deflagrarem, entre si, uma guerra atômica que teria arrasado boa parte do planeta.
Muitas análises serão publicadas a respeito do episódio, nos próximos dias — mas vale a pena ler com atenção uma delas, escrita pelo pensador norte-americano Noam Chomsky e recém-publicada (em inglês). Apoiado numa vasta análise de documentos secretos desclassificados, Chomsky sustenta entre outras coisas que:> No lado norte-americano, a crise foi manejada por um comitê extraordinário (o ExComm) formado na Casa Branca, sob presidência de John F. Kennedy. Boa parte de seus integrantes acreditava que a guerra total contra a URSS era inevitável. O próprio Kennedy avaliou, depois, que os riscos chegaram a ser de 50%. O secretário de Defesa, Robert McNamara, indagava-se, no momento mais tenso, se teria a chance de “viver outra noite de sábado”.
> Riquíssimo tanto na análise geral quanto nas minúcias, Chomsky descreve, por exemplo, os dois momentos mais tensos nas semanas decisivas. O mundo pode ter sido salvo, mostra o relato, pela frieza do capitão de submarino nuclear soviético Vasili Akhipov, em 27 de outubro. Ou, um dia antes, pelo major Don Clawson, piloto de bombardeiro B-52 norte-americano armado de ogivas atômicas. “Tivemos muita sorte por não explodir o mundo”, diria ele depois.
> As raízes da crise estão na tentativa de invasão de Cuba por mercenários treinados pela CIA, em 1961. Mais ou menos à mesma época, na escalada de ameaças da Guerra Fria, os EUA instalaram mísseis nucleares, dirigidos contra a URSS, na Grã-Bretanha, Itália e Turquia. Em resposta, e com autorização de Havana, Moscou instalou na ilha mísseis nucleares apontados para os Estados Unidos. Washington considerou o fato inaceitável.
> O conflito ocorreu no momento em que poder global norte-americano estava no auge. Ao final de duas semanas, durante as quais um mero acidente poderia ter desencadeado a catástrofe nuclear. Moscou cedeu. O líder soviético, Nikita Kruschev, anunciou publicamente a retirada dos mísseis de Cuba. Os EUA aceitaram, como contrapartida secreta, retirar foguetes da Turquia. Mas não o admitiram de modo aberto e se tratava, de qualquer forma, de armas obsoletas, prestes a serem substituídas. A atitude de URSS enfureceu a liderança cubana. Durante todo o tempo que duraram as negociações, extremamente tensas, Washington rejeitou qualquer acordo que significasse sua sujeição ao direito internacional. Buscava (e alcançou, à época), estabelecer-se como um poder supremo, livre de qualquer outro controle.

> Chomsky lembra que a ameaça de catástrofes nucleares permanece aberta, mesmo após o fim da Guerra Fria. Muito mais países desenvolveram capacidade e arsenais atômicos. Índia e Paquistão estiveram à beira de um conflito. Os EUA insistem em manter Israel como única potência nuclear do Oriente Médio. Chomsky tem feito constantes advertências sobre os riscos persistentes de um conflito atômico (no vídeo acima, uma conferência a respeito do tema em Nova York, em 2011). O artigo sobre a Crise dos Mísseis termina com uma citação de Albert Einstein e Bertrand Russel. Dez anos antes da crise, eles haviam advertido que a humanidade está diante de um dilema “cru, terrível e inescapável: vamos acabar com a espécie humana, ou seremos capazes de renunciar à guerra”?

Suicídio de menina de 15 anos cria debate sobre ciberbullying no Canadá
Em vídeo, Amanda Todd disse ter sido vítima de uma campanha de perseguição e intimidações pela internet após publicação de fotos de topless
A história trágica de uma adolescente canadense que se suicidou após ser vítima de uma campanha de perseguição e intimidações pela internet está causando comoção nacional e internacional - e já motivou o Parlamento do Canadá a abrir um debate sobre como lidar com o problema, conhecido como ciberbullying.
Amanda Todd, de 15 anos, teria começado a ser vítima de bullying aos 12 anos, segundo seu relato, depois de ter sido convencida a mostrar os seios para uma pessoa com quem conversava na Internet.
Uma página do Facebook foi criada para expor a foto da menina de topless e a imagem foi distribuída para seus colegas de escola. Amanda mudou de casa e de escola, mas o assédio continuou pela internet, o que a teria levado a se enforcar na semana passada.
Vídeo no YouTube
No dia 7 de setembro, a adolescente publicou no YouTube um vídeo no qual relata o bullying e a depressão resultante da perseguição dos colegas. Na gravação de nove minutos, que já foi vista por milhões de pessoas, o rosto de Amanda não aparece.

A adolescente também não fala, mas conta sua história com uma sequência de mensagens escritas em pequenos cartazes, identificando-se no fim do vídeo. Ela diz que, por causa do bullying, mergulhou em uma depressão e começou a ter medo de sair de casa, buscando conforto em drogas, álcool e antidepressivos.
Também conta que bebeu água sanitária em uma tentativa anterior de suicídio após apanhar de uma menina na escola. Nem depois disso, no entanto, teria tido o apoio de colegas. Pelo contrário, segundo ela relata em seu vídeo, na ocasião, teria recebido mensagens pela internet de ódio incentivando seu suicídio. "Todo dia penso por que ainda estou aqui'", a menina escreveu. "Não tenho ninguém. Preciso de alguém."
O vídeo termina com uma imagem dos braços de Amanda repletos de cortes. No fim do vídeo, ela também explica que não fez a gravação porque queria atenção, mas para ser uma "inspiração" para outros adolescentes.
Comoção
Amanda vivia em Port Coquitlam, em British Columbia, mas a notícia de sua morte causou comoção em todo o Canadá e também em outros países - principalmente nos Estados Unidos.
Os parentes da menina criaram uma página do Facebook em homenagem a ela que já foi "curtida" por mais de 800 mil pessoas. Sua família recebeu centenas de mensagens de apoio - embora mensagens ofensivas também tenham aparecido na internet.
Manifestações e vigílias estão sendo organizadas no Canadá e em algumas cidades dos EUA para lembrar o drama de Amanda e pedir políticas contra o bullying mais firmes.
No Parlamento canadense, deputados pretendem aprovar uma moção que abra espaço para uma estratégia nacional para impedir o bullying. Segundo a emissora CTV, o projeto, proposto pelo deputado Dany Morin, criaria um comitê multipartidário para avaliar o problema.
Mas o pai de Amanda disse à emissora que o país precisa de "mais ação" e não de mais estudos sobre cyberbullying. Alguns especialistas defendem a criminalização do bullying pela internet no Canadá e mais empenho em identificar os responsáveis por esse tipo de assédio.
Investigações
A polícia canadense continua a investigar as circunstâncias que levaram ao suicídio de Amanda e diz ter recebido "mais de 400 pistas" de pessoas querendo contribuir com as investigações.
De 20 a 25 policiais foram destacados para o caso em uma tentativa de mostrar que ele realmente está sendo levado a sério.
O objetivo da investigação seria identificar aqueles que tiveram algum contato com Amanda "antes de ela tomar sua trágica decisão", nas palavras do porta-voz da polícia local, o sargento Peter Thiessen.

VALE A PENA LER



Era de Hobsbawm
Antropólogo homenageia historiador recém-falecido e comenta sua importância para os estudos sobre trabalhadores e camponeses.
Por: José Sergio Leite Lopes

 Voto-desalento
JOSÉ DE SOUZA MARTINS
A indicação de que cresceu a proporção de votos nulos nessas eleições propõe, mais uma vez, a questão da compreensão do significado do antivoto ou do abandono do título eleitoral para expressar omissão e desinteresse político por uma eleição. Essas variantes do desalento político do eleitorado constituem, provavelmente, a mais interessante revelação da manifestação eleitoral recente, até mais que o rearranjo de posições partidárias que a votação válida indicou. O eleitor desalentado, em suas diferentes formas de manifestação, está indicando o declínio do homem político e da própria política... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/10/20/voto-desalento/

Resistência negra: Um reino africano no Centro de Minas? - Parte 2
No início do século XVIII, surgiu mais ou menos na região centro-oeste da então Capitania de Minas Gerais, uma confederação de quilombos que, no conjunto, passou a ser conhecida como Quilombo do Rei Ambrósio, ou do Campo Grande.
Leia o artigo completo (inclusive a parte 1) no blog: http://antijornalismo.blogspot.com.br/


INFORMAÇÕES


No sábado (20), às 10 horas, o Mirante do Mangabeiras, um dos pontos turísticos de destaque de Belo Horizonte, foi reaberto para a população. O espaço foi revitalizado  e com a reforma, a área do Mirante de aproximadamente 35.400 m² foi toda cercada e dois decks de madeira, instalados, localizados em níveis diferentes, proporcionando ao visitante uma visão privilegiada da Capital e de seu belo horizonte. Considerado área de preservação ambiental, no Mirante do Mangabeiras , logo na entrada, o visitante encontra uma guarita, banheiros públicos e bebedouro. Uma rampa dá acesso ao primeiro deck e à praça principal com bancos, novo passeio, jardim e vagas de estacionamento para os que possuem mobilidade reduzida. Seguindo, o visitante chega ao segundo deck, com uma grande área gramada, plantas ornamentais e bancos, é um ambiente propício para a contemplação e convivência.
Há ainda um espaço de preservação onde estão sendo plantadas árvores nativas do Bioma, como gonçalo-alves e aroeira do sertão. Posteriormente, serão plantados ipê-amarelo e outras típicas da região. “No canteiro central, as árvores (flamboyant, pinheiro e palmeiras) também foram preservadas, sendo o jardim criado no entorno destas espécies”.
Aberto diariamente, das 10 às 22 horas (excepcionalmente, o horário pode ser alterado, conforme necessidade da Fundação de Parques Municipais).
Endereço: Rua Pedro José Pardo, 1000, bairro Mangabeiras.



ENSINO DE HISTÓRIA, ARTE E CULTURA AFRICANAS E
AFRO-BRASILEIRAS
para alunos e professores da educação básica

OFICINA
Renata Felinto : “Marcas de africanidade  na produção de artes visuais  brasileiras”. Dia 30 de Outubro de 09:00 – 11:00  (Valor R$5,00/pago no dia da oficina)
MESA 1 “Das leis às práticas: africanidade e cultura visual na educação escolar” Dia 30  de Outubro de 13:30 – 17:00 - FAFICH/Auditório Sônia Viegas (Letras)
 Pablo Lima (FAE/UFMG)
- “Da lei à escola: desafios e possibilidades do ensino de história  afro-brasileira”
Renata Felinto (UNESP)
 - "Marcas de africanidade na produção de artes visuais  brasileiras" .
Folashade Ogunlade (Nigéria, Residência artística na Owiwi /Galeria de Arte Afrikana- BH/MG)
- Influence on artistic creation and physical appearance  in present day  nigerian art”.
Vanicléia S. Santos (FAFICH/UFMG) - Coordenadora da mesa. 
MESA 2 “A estética africana e afro-brasileira e o ensino de  História” Dia 31 de Outubro de 13:30 – 17:00 - FAE/Sala de Teleconferência
 Pablo Lima (FAE/UFMG)
-“Artes e história afro-brasileira: pesquisa e ensino”. Renata Felinto (UNESP)
- "Criação visual e a herança estética africana“ .Folashade Ogunlade (Nigéria, Residência artística na Owiwi/ Galeria de Arte  Afrikana- BH/MG)
-“African Art and Critical Citzen”
Luiz Arnaut (FAFICH/UFMG)
-  “A importância do trabalho interdisciplinar no ensino de História  da África”.
Vanicléia S. Santos (FAFICH/UFMG) - Coordenadora da mesa.
ORGANIZADORAS:  Miriam Hermeto  e Vanicléia S. Santos
APOIO: PPGH/ FAE/ UFMG e Instituto de Arte e Cultura Yorùbá
Evento é gratuito.        Haverá certificado!           Inscreva-se!                Vagas limitadas.  http://www.historiadaafricaufmg.blogspot.com.br/





MATÉRIA CAFÉ HISTÓRIA: MUNDO LUSÓFONO NA REDE
Plataforma da Universidade de Coimbra promete promover a difusão e a agregação de conteúdos digitais de matriz lusófona na internet. [Leia mais]
MURAL DO HISTORIADOR: CHAMADAS DE ARTIGOS: ENSINO DE HISTÓRIA E OUTROS
O Conselho Editorial da Revista Em Tempos de História, publicação do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História da UnB, abre chamada de trabalhos inéditos para o dossiê temático Ensino da História. E não é só. A Revista História Oral também convoca pesquisadores que estudam o tema da Diversidade Étnica e Fontes Orais para publicação de artigos. [Leia mais]
CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS: UNICAMP COMEMORA FIM DA OLIMPÍADA DE HISTÓRIA
Evento contou com a participação de mais de 1200 estudantes de ensino médio e fundamental de todo o país. [Leia mais]
CINE HISTÓRIA: AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL
Chega aos cinemas brasileiros o filme "As Vantagens de ser invisível", baseado no festejado livro homônimo de Stephen Chbosky. Dirigido pelo próprio ator, o filme tem é uma comédia dramática e tem no elenco Emma Watson, a "Hermione" da saga Harry Potter. [Leia mais]
DOCUMENTO HISTÓRICO: TERCEIRO REICH
"Carteira de Trabalho" usada no Terceiro Reich (1933-1945). [Saiba mais]
CONTEÚDO DA SEMANA: ESCRAVO FUGIDO
Anúncio publicado no antigo "Estado de S.Paulo", no dia 20 de dezembro de 1877. Senhor tenta recuperar escravo fugido. [Leia mais]

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

Um comentário:

  1. Oi Ricardo, essa 'coisa' (pq nem sei que nome dar a isso) de as meninas tirarem fotos íntimas e ficarem enviando é deprimente mesmo. Eu, como mulher ('a nível de mim mesma rsrs) fico profundamente revoltada, assustada e desnorteada...mas quando olho para trás, vejo que muita gente é 'culpada' por isso, e quando digo isso, estou me referindo tanto às pessoas comuns (que não tem consciência do alcance das coisas) quanto a alguns pensadores que difundiram um pensamento rasteiro de alguns anos para cá e em defesa de certas liberdades (esses podem ser cobrados pq deveriam ter consciência). Não dá pra aprofundar isso aqui, mas a corrosão dos valores começou lá atrás. É perigoso escrever isso pq muita gente culta vem com aquele papo de repressão, moral e bons costumes (e aí entra até ditadura, TFP e etc; Deus me livre! rs) mas as crianças (essas meninas) não estão podendo viver a sexualidade de um jeito, digamos, bonito; elas são jogadas e quase obrigadas a serem 'cachorras' (veja um clipe da Rihanna para entender o que estou querendo dizer; veja só um e será o suficiente. Sei que você não deve gostar, mas veja Ah, e eu detesto; só pra constar).
    Mas não queira que o mundo acabe não, não é que eu tenha esperança que melhore, mas apesar de temer o que vem, eu 'ainda' acredito, no poder das ideias (serei louca? rs).
    No mais, bjs esperançosos...

    Ana Claudia

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